“As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender.” Com essa afirmação ao mesmo tempo simples e desconcertante Elena Ferrante logo alerta os leitores: preparem-se, pois verdades dolorosas estão prestes a ser reveladas.
Lançado originalmente em 2006 e ainda inédito no Brasil, o terceiro romance da autora que se consagrou por sua série napolitana acompanha os sentimentos conflitantes de uma professora universitária de meia-idade, Leda, que, aliviada depois de as filhas já crescidas se mudarem para o Canadá com o pai, decide tirar férias no litoral sul da Itália. Logo nos primeiros dias na praia, ela volta toda a sua atenção para uma ruidosa família de napolitanos, em especial para Nina, a jovem mãe de uma menininha chamada Elena que sempre está acompanhada de sua boneca. Cercada pelos parentes autoritários e imersa nos cuidados com a filha, Nina parece perfeitamente à vontade no papel de mãe e faz Leda se lembrar de si mesma quando jovem e cheia de expectativas. A aproximação das duas, no entanto, desencadeia em Leda uma enxurrada de lembranças da própria vida — e de segredos que ela nunca conseguiu revelar a ninguém.
No estilo inconfundível que a tornou conhecida no mundo todo, Elena Ferrante parte de elementos simples para construir uma narrativa poderosa sobre a maternidade e as consequências que a família pode ter na vida de diferentes gerações de mulheres.
“A Filha Perdida” foi o meu primeiro contato com Elena Ferrante. Eu ainda não tinha lido nada dela e como agora tem o filme na Netflix e o livro é bem curtinho (196 páginas) então foi o meu escolhido da vez, e pra primeiro contato eu posso dizer que já me apaixonei por essa autora. Elena Ferrante tem uma escrita leve e densa ao mesmo tempo, é como se uma grande amiga estivesse contando pra você tudo aquilo que a aflige e encanta e neste livro o cerne é a maternidade.
Sem romantizar o tema, o livro conta a história de uma mulher independente e professora universitária, Leda, que é mãe de duas umas meninas que estão na idade dos 21-23 anos e que foram morar com o pai no Canadá. A partir deste momento, ao invés da saudade do ninho vazio, Leda na verdade, sente um imenso alívio. Isso não significa que Leda é uma mãe ruim e ao ter uma nova rotina que implica em fazer as coisas em torno de si mesma e não mais em torno das filhas, Leda decide viajar para o litoral. Lá ela conhece de longe uma família napolitana grande de primos, cunhados e agregados, mas quem desperta sua curiosidade é Nina, uma bonita jovem e mãe de uma menininha de 3 anos chamada Helena.
Leda então começa a fazer vários retrospectos da sua vida: como mãe, como filha – que teve uma mãe bem problemática, mas sobretudo como MULHER. Acredito que Leda custou a se encontrar como um alguém, a sua essência. Um alguém que ela não conseguiu na infância, e muito menos na maternidade; pra mim, Leda de certa forma, ainda não havia se encontrado neste livro e que faz você se perguntar QUEM é a filha perdida dessa história.
Elena Ferrante não tem rodeios neste livro, ela mostra a realidade da maternidade de uma maneira crua e verdadeira, sem floreios ou meias palavras e acho que foi o que eu mais gostei nela. Não espere por grandes emoções ou momentos com algum tipo de suspense, como eu disse ali em cima, a narrativa é como se fosse uma amiga que estivesse contando suas aflições, planos e expectivas. Eu adorei e pretendo em breve ler mais livros dela. 5/5 xícaras:
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