
Dante sabe nadar. Ari não. Dante é articulado e confiante. Ari tem dificuldade com as palavras e duvida de si mesmo. Dante é apaixonado por poesia e arte. Ari se perde em pensamentos sobre seu irmão mais velho, que está na prisão.
Um garoto como Dante, com um jeito tão único de ver o mundo, deveria ser a última pessoa capaz de romper as barreiras que Ari construiu em volta de si. Mas quando os dois se conhecem, logo surge uma forte ligação. Eles compartilham livros, pensamentos, sonhos, risadas – e começam a redefinir seus próprios mundos. Assim, descobrem que o amor e a amizade talvez sejam a chave para desvendar os segredos do Universo.
Ari (Aristóteles) e Dante são opostos que se completam. Enquanto Ari é fechado, cheio de dúvidas e carrega o peso do silêncio sobre seu irmão preso, Dante é expansivo, artístico e cheio de curiosidade pelo mundo. A amizade deles — que aos poucos se transforma em algo mais profundo — é construída com autenticidade, cheia de momentos delicados e descobertas mútuas.
“Acho que eu era um mistério até para mim mesmo.”
A narrativa de Benjamin Alire Sáenz captura a essência da adolescência: as perguntas sem resposta, a solidão, a busca por pertencimento e a coragem de se descobrir. Cada diálogo e cada silêncio entre os dois é carregado de significado. Devo dizer que também gostei muito dos personagens secundários que são os pais dele, especialmente a mãe de Ari.
Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo é um livro sobre a beleza de se encontrar no outro. Com personagens inesquecíveis e uma escrita que oscila entre o doloroso e o sublime, Benjamin Alire Sáenz cria uma história que fala sobre coragem, amizade, amor, família, pertencimento, vulnerabilidade, perdão e os laços que nos definem. 5/5:
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