Nnu Ego, filha de um grande líder africano, é enviada como esposa para um homem na capital da Nigéria. Determinada a realizar o sonho de ser mãe e, assim, tornar-se uma “mulher completa”, submete-se a condições de vida precárias e enfrenta praticamente sozinha a tarefa de educar e sustentar os filhos. Entre a lavoura e a cidade, entre as tradições dos igbos e a influência dos colonizadores, ela luta pela integridade da família e pela manutenção dos valores de seu povo.
O título do livro é na verdade uma grande ironia a história dessa obra. Aqui temos a história de Nnu Ego que é o retrato das mulheres na Nigéria. Embora a história se passe há anos atrás e realidade dos fatos ainda é muito atual. Mulheres que se casam em casamentos arranjados e que o corpo da mulher só tem validade quando começa a gerar filhos (sobretudo filhos homens), o que é culturalmente algo muito comum na sociedade nigeriana.
Esse livro é devastador, triste e Buchi Emecheta tem uma escrita extremamente envolvente, foi o primeiro livro que li dessa autora – que infelizmente já é falecida e gostei tanto que já quero ler suas outras obras. “As Alegrias da Maternidade” nos mostra uma realidade de um povo que praticamente desconhecemos e eu amo ler livros dessa temática de uma cultura totalmente diferente e distante da minha, é uma ótima forma de conhecer mais sobre um país e seus costumes.
É possível existir alegria em meio a tanta pobreza?
Foi um dos livros mais tristes e impressionantes que já li, a maneira brutal da realidade em que ele é narrado é que dá aquele soco no estômago quando se pega uma leitura tão visceral como essa. Uma história reflexiva, sobretudo para nós mulheres que em qualquer lugar do mundo ainda somos levadas a acreditar que nascemos para gerar filhos. Buchi Emecheta ganhou uma cadeira cativa no meu coração de escritores favoritos. Leitura mais que recomendada. 5/5:
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