
Autora best-seller do New York Times aborda relacionamentos e transtornos mentais em uma narrativa que discute os limites do que é normal.
Para Merit Voss, a cerca branca ao redor da sua casa é a única coisa normal quando o assunto é sua família, peculiar e cheia de segredos. Eles moram em uma antiga igreja, batizada de Dólar Voss. A mãe, curada de um câncer, mora no porão, e o pai e o restante da família, no andar de cima. Isso inclui sua nova esposa, a ex-enfermeira da ex-mulher, o pequeno Moby, fruto desse relacionamento, o irmão mais velho, Utah, e a gêmea idêntica de Merit, Honor. E, como se a casa não tivesse cheia o bastante, ainda chegam o excêntrico Luck e o misterioso Sagan. Mas Merit sente que é o oposto de todos ali.
Além de colecionar troféus que não ganhou, Merit também coleciona segredos que sua família insiste em manter. E começa a acreditar que não seria uma grande perda se um dia ela desaparecesse. Mas, antes disso, a garota decide que é hora de revelar todas as verdades e obrigá-los a enfim encarar o que aconteceu.Mas seu plano não sai como o esperado e ela deve decidir se pode dar uma segunda chance não apenas à sua família, mas também a si mesma. As mil partes do meu coração mostra que nunca é tarde para perdoar e que não existe família perfeita, por mais branca que seja a cerca.
Merit e Sagan são os principais personagens da história, mas há outros personagens secundários que complementam os principais e que pra mim, foram os que mais me envolveram na história. É um livro bem interessante que aborda temas como problemas familiares, suicídio, depressão, resiliência e perdão. Mas, o que achei de Merit? Apesar de termos uma ótima história que nos desperta diversas reflexões, eu vi Merit como uma menina egoísta, julgadora, birrenta, que acha que todos os problemas do mundo só acontecem com ela e que se sente sobrecarregada com os segredos da família. Ok, claramente ela tem um quadro de depressão sério, mas não pude deixar de notar suas atitudes.
“Nem todo erro merece uma consequência. Às vezes, a única coisa que ele merece, é o perdão.”
Sendo assim ela decide revelar todas as verdades de uma maneira que pra mim nem de longe foi uma das melhores, mas que de certa forma obrigou a todos encarar o que acontece. Só que sua “solução” não saiu exatamente como o esperado e sendo assim ela deve decidir se dá uma segunda chance a família e principalmente a si mesma. Um ponto que pegou muito pra mim é que todos aqueles segredos que começam a ser revelados não são exatamente como ela julgava ser e que assim como ela, todos da família também tem seus problemas e seus medos. Acho que é por isso que eu não consegui ter muita empatia por essa personagem, mesmo sendo um YA que fala muito sobre depressão e a importância do perdão. Enfim… Mesmo assim é um ótimo livro, eu adorei, mas eu acabei tendo muito mais empatia por todos os outros personagens com suas histórias paralelas. Sagan decididamente foi pra mim o melhor e mais querido de todos. 4/5 xícaras:
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