
Quando Josie Jensen, uma desajeitada menina prodígio da música, conhece Samuel Yates, um garoto confuso e revoltado descendente dos índios Navajos, uma amizade improvável floresce. Apesar de ser cinco anos mais nova, Josie ensina a Samuel sobre palavras, música, sonhos, e, com o tempo, eles formam um forte vínculo de amizade.
Após se formar no colégio, Samuel abandona a cidadezinha onde vivem em busca de um futuro, deixando sua jovem amiga com o coração partido. Muitos anos depois, quando Samuel retorna, percebe que Josie necessita exatamente das coisas que ela lhe oferecera na adolescência. É a vez de Samuel ensinar a Josie sobre a vida e o amor e guiá-la para que ela encontre seu rumo, sua felicidade.
Profundamente romântico, Correndo Descalça é a história de uma garota do interior e um garoto indígena, sobre os laços que os ligam a suas casas e famílias e sobre o amor que lhes dá asas para voar.
“Correndo Descalça” – meu segundo livro de Amy Harmon, é uma daquelas histórias que te envolve pela sensibilidade, sobretudo pelas vidas distintas entre os personagens principais, mas que se entrelaçam de uma maneira muito delicada, sem ser clichê, explorando a beleza da amizade, a força dos laços familiares e a descoberta do amor em meio a paisagens e tradições ancestrais.
A narrativa acompanha Josie Jensen, uma jovem prodígio da música, super inteligente e de coração puro, e Samuel Yates, um garoto Navajo cheio de conflitos internos, que carrega nas veias a herança de seu povo e a dor de não se encaixar em lugar nenhum. Apesar da diferença de idade e dos mundos aparentemente opostos em que vivem, os dois constroem uma amizade tão intensa quanto delicada — uma conexão feita de palavras trocadas, músicas/livros compartilhados e sonhos entrelaçados.
Eu gostei da profundidade que Amy Harmon deu aos personagens. Josie, com sua inocência e sabedoria além dos anos, e Samuel, com sua alma rebelde e coração ferido, são dois lados de uma mesma moeda: ele a ensina sobre coragem, ela lhe mostra o poder da esperança. Devo dizer que quando Samuel parte, deixando Josie para trás, é impossível não sentir o baque no peito — e quando ele retorna, anos depois, a redenção é doce, mas ao mesmo tempo dolorosa.
Amy Harmon explora temas como identidade, pertencimento e cura com uma delicadeza enorme. A cultura Navajo é mostrada na história de forma respeitosa, sensível e enriquecedora, acrescentando camadas de significado à jornada de Samuel. Já a música, presente na vida de Josie, torna-se quase um personagem à parte, simbolizando a linguagem universal do amor e da dor. O romance entre os dois não é apressado; é lento, orgânico e cheio de momentos que arrancam suspiros, muito embora, as vezes eu não tinha muita paciência pro Samuel quando ele deixava a Josie sem saber o que pensar em alguns momentos.
“O destino é uma linha que a gente tece com os fios das nossas escolhas.”
Correndo Descalça é um livro para quem acredita que o amor não é só paixão, mas também é paciência, amizade e a coragem de crescer juntos. Amy Harmon sabe contar histórias, e esse é mais um livro envolvente entre suas obras, que nos transporta para uma pequena cidade rural e nos faz sentir a conexão profunda dos personagens com a terra, com seus sonhos e com suas famílias. Um livro que fala sobre segundas chances, sobre como às vezes precisamos perder para aprender a valorizar, e sobre como o amor verdadeiro não desaparece — apenas espera o momento certo para florescer. 5/5:
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