No quarto e último volume da série napolitana, a aclamada autora Elena Ferrante finaliza a história de vida de Lenu e Lina e de todos os personagens do bairro de Nápoles. Os personagens caminham agora da maturidade à velhice. A amizade entre Lenu e Lina, que foi a força que as fez evoluir apesar da violência do bairro, é também a responsável por toda a dor que rodeou as personagens durante toda a saga, e, continua aqui, a atingir o seu ápice. História da menina perdida é o final que o leitor esperava, com a dureza e a força que aprendemos a identificar nas personagens de Ferrante, sem rodeios.
Eu achava que ia terminar esses livros só lá pro fim de agosto, aliás, por muitos anos eu relutei em pegar séries de livros; primeiro porque eu não queria me prender a histórias muito longas, segundo porque já passei por traumas de ler séries e o autor demorar demais pra lançar o próximo livro ou – pior – nem terminar as obras. Mas essa tetralogia eu resolvi dar uma chance e hoje eu me pergunto por que eu não li antes. Quem começou a ler foi a Sheila – leiam a resenha dela!!! – que me disse: “leia, você vai amar”, aí eu fui junto no embalo e me senti tão envolvida e fiquei tão absorvida pelas histórias que acabei terminando – essas mais de 1500 páginas dos 4 livros – muito antes do que eu imaginava. Esse é o último livro da série napolitana e só digo uma coisa: leiam!!! Meu primeiro livro de Elena Ferrante foi “A Filha Perdida” que teve adaptação de filme na Netflix, devorei em poucos dias e me simpatizei demais pela escrita, sobretudo, pelas reflexões ao longo da história.
Mas QUEM afinal é Elena Ferrante? Elena Ferrante é uma mulher? Uma senhora? Será que ela é ele (duvido muito) ou são duas pessoas? Ninguém sabe! Elena Ferrante é o pseudônimo de uma escritora italiana cuja a identidade é mantida em segredo, ela concede pouquíssimas entrevistas e diz que optou pelo anonimato para poder escrever com liberdade. Portanto, não conhecemos seu rosto, sua idade, sua persona. E de verdade? Eu acho que todo esse mistério é o que aguça mais ainda a imaginação do leitor. Elena Ferrante é brilhante. Ela tem uma escrita que pra mim é única, seus livros tem poucos diálogos, muitos pensamentos e reflexões, é rico nos detalhes, mas nem de longe isso é cansativo de ler. Ela tem uma maneira muito peculiar, que realmente é só dela, de te puxar pra dentro da história e te envolver tanto, que quando você mal percebe, já terminou a história.
O ultimo livro da série napolitana mexeu demais comigo. Acredito que Elena Ferrante encerrou a história da maneira que deveria ser encerrada e isso me deixou um grande vazio. Não o vazio como se tivesse faltando algo, mas o vazio por todos os conflitos, traições, amizades, amores, vivências, perdas e traumas que a história deixou, o impacto de tudo. Como o tempo é inexorável na vida de todos, sobretudo, das duas protagonistas com vidas tão distintas.
“Por um longo tempo tive a impressão de ser como certas figuras de romances e de quadros que surgem paradas sobre um rochedo ou na proa de um navio, enfrentando uma tempestade que no entanto não se abala, nem sequer as aflora.”
Lila foi uma personagem brilhante, mas sempre foi um alguém movida pela violência, traumas e maldade. Lenu foi brilhante também, a amiga que venceu na vida, mas mesmo na velhice, não conseguiu dar um fim as suas inseguranças. Essa série ficará pra sempre marcada comigo e se alguém nunca leu nada de Elena Ferrante eu já recomendaria de cara a série napolitana. 5/5:
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