Casada com um engenheiro completamente apaixonado por ela, Fereiba leva uma vida feliz em seu mundo de classe média, no Afeganistão. Porém, tudo isso implode quando o país é imerso na guerra e o Talibã assume o poder.
Seu marido vira alvo do novo regime fundamentalista e é assassinado. Forçada a fugir de Cabul com os três filhos, Fereiba só tem uma esperança de sobreviver: atravessar a Europa até a casa da irmã, na Inglaterra.
Contando com documentos falsos e a bondade de estranhos que conhece pelo caminho, ela tem que fazer a perigosa passagem para o Irã sob o véu da escuridão. Exaustos, eles conseguem chegar à Grécia, mas, numa reviravolta apavorante, seu filho adolescente, Salim, some.
Será que Fereiba terá coragem de seguir viagem com a filha e o bebê e deixar o menino para trás, no mundo obscuro dos refugiados que vagam pelas ruas europeias?
Segundo livro que eu leio dessa autora e assim como foi “A Pérola que Rompeu a Concha” esse livro não me decepcionou. A história começa com Fereiba ainda criança na fase em que começa a entrar pra adolescência.
Até praticamente as 70 primeiras páginas você não faz ideia de como a história irá se desenrolar, mas quando outros personagens entram na trama após alguns anos se passarem, o livro vai tomando forma. Fereiba e Salim – que é o seu filho mais velho de 16 anos, são o retrato cru e realista dos afegãos refugiados que buscam desesperadamente pela liberdade e por uma vida melhor ao sair das garras do Talibã. É uma jornada pesarosa, comovente, cruel e triste, a autora teve uma sensibilidade muito grande ao contar a vida dessas pessoas que são praticamente invisíveis aos olhos do mundo.
No fim é um livro que acaba sendo muito mais a história de Salim do que de Fereiba, o final é de certa forma inconclusivo e acredito que a ideia da autora tenha sido essa mesma: representar o final como uma incógnita quando se traga da crise imigratória dessas pessoas.
“Lua no Céu de Cabul” é uma história crua, comovente, mas sobretudo necessária sobre um tema tão atual e que se destaca pela coragem e força de seus personagens. 5/5 xícaras:
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