Sob suas tendas listradas de preto e branco uma experiência única está prestes a ser revelada: um banquete para os sentidos, um lugar no qual é possível se perder em um Labirinto de Nuvens, vagar por um exuberante Jardim de Gelo, assistir maravilhado a uma contorcionista tatuada se dobrar até caber em uma pequena caixa de vidro ou deixar-se envolver pelos deliciosos aromas de caramelo e canela que pairam no ar.
Por trás de todos os truques e encantos, porém, uma feroz competição está em andamento: um duelo entre dois jovens mágicos, Celia e Marco, treinados desde a infância para participar de um duelo ao qual apenas um deles sobreviverá.
À medida que o circo viaja pelo mundo, as façanhas de magia ganham novos e fantásticos contornos. Celia e Marco, porém, encaram tudo como uma maravilhosa parceria. Inocentes, mergulham de cabeça num amor profundo, mágico e apaixonado, que faz as luzes cintilarem e o ambiente esquentar cada vez que suas mãos se tocam.
Mas o jogo tem que continuar, e o destino de todos os envolvidos, do extraordinário elenco circense à plateia, está, assim como os acrobatas acima deles, na corda bamba.
Erin Morgenstern é uma escritora brilhante, pra dizer o mínimo. Meu primeiro contato com ela foi quando li “o mar sem estrelas” e esse se tornou um dos livros favoritos da vida. Resolvi ler “o circo da noite” agora pois recentemente descobri que na época em que ela escreveu o livro, também ilustrou um deck de Tarot – The Phantomwise Tarot e como eu estou estudando esse mundo das cartas, resolvi pegar o livro pra ler agora.
Erin Morgenstern tem uma escrita única que é só dela. Alguns dizem que ela lembra Neil Gaiman, mas ainda assim eu acredito que é completamente diferente dele e talvez por isso, nem todos se encantam com seus livros. É até difícil descrever suas histórias, mas eu diria que o segredo pra ter uma leitura totalmente imersiva, é mergulhar com a mente e o coração abertos pra ter uma experiência 100% fantástica com o livro.
Isso não é magia. É o que o mundo é, só que pouquíssimas pessoas param para notar. Olhe ao seu redor – diz, acenando para as mesas no entorno. – Nenhum deles faz a mínima ideia das coisas que são possíveis neste mundo e, o que é pior, nenhum deles ouviria se você tentasse esclarecê-las. Querem acreditar que a magia não é nada além de um truque habilidoso, porque pensar que é real os manteria acordados a noite, com medo da própria existência.
Aqui temos um circo que chega sem aviso e ninguém sabe da onde vem, ele simplesmente aparece e além disso, ele só abre no cair da noite e vai até o amanhecer, da mesma forma que ele chega, ele também desaparece, ou seja, sem nenhum tipo de aviso nem de chegada ou de saída. Dentro dele há muitas tendas, com várias atrações e experiências que pra quem o visita, jamais esquece. É como se fosse algo inebriante, ou como aquele sonho que você não quer acordar de tão bom que é.
No Circo há dois protagonistas: Celia e Marcos que estão jogando uma espécie de jogo e de oponentes, acabam virando dois apaixonados um pelo outro, então é aí que meio que mora o problema. O livro tem diversos outros personagens marcantes, tudo isso permeado de jantares fantásticos, ilusionismo, magia, leituras de tarot e cheiro de caramelo.
Não espere por plot twists, acredito que assim como “o mar sem estrelas” esse é mais um livro da Erin que a história precisa ser simplesmente sentida. O ponto negativo pra mim é que a narrativa se passa em diversas datas relativamente próximas em alguns momentos e isso pode confundir um pouquinho no começo, eu particularmente, não curto muito quando se misturam diversos períodos muito curtos entre um e outro. Em um capítulo estamos em 1901, no próximo podemos estar em 1989 e, logo após, retroceder para 1902 ou ir até 1989 de novo. Esse talvez pra mim tenha sido o único ponto negativo do livro, mas que mesmo assim não me atrapalhou em nada pra entender o livro e mergulhar na magia do circo.
Meu verídico é que o Circo da Noite é um bom livro, mas não são todos que se familiarizam com a narrativa da autora, eu gostei da história, mas meu favorito continua de longe sendo “o mar sem estrelas” que me pegou do começo ao fim de uma forma muito louca. 4/5:
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