
No início dos anos 1900, a adolescente Sunja, filha adorada de um pescador aleijado, apaixona-se perdidamente por um rico forasteiro na costa perto de sua casa, na Coreia. Esse homem promete o mundo a ela, mas, quando descobre que está grávida ― e que seu amado é casado ―, Sunja se recusa a ser comprada. Em vez disso, aceita o pedido de casamento de um homem gentil e doente, um pastor que está de passagem pelo vilarejo, rumo ao Japão. A decisão de abandonar o lar e rejeitar o poderoso pai de seu filho dá início a uma saga dramática que se desdobrará ao longo de gerações por quase cem anos.
Neste romance movido pelas batalhas enfrentadas por imigrantes, os salões de pachinko ― o jogo de caça-níqueis onipresente em todo o Japão ― são o ponto de convergência das preocupações centrais da história: identidade, pátria e pertencimento. Para a população coreana no Japão, discriminada e excluída — como Sunja e seus descendentes —, os salões são o principal meio de conseguir trabalho e tentar acumular algum dinheiro.
Uma grande história de amor, Pachinko é também um tributo aos sacrifícios, à ambição e à lealdade de milhares de estrangeiros desterrados. Das movimentadas ruas dos mercados aos corredores das mais prestigiadas universidades do Japão, passando pelos salões de aposta do submundo do crime, os personagens complexos e passionais deste livro sobrevivem e tentam prosperar, indiferentes ao grande arco da história.
Esse livro foi uma indicação da Elisa que estava lendo e gostando muito, eu acabei comprando ele, mas ainda não pretendia ler e não sei por qual motivo exatamente eu acabei o escolhendo, mas grande parte dos livros que eu decido ler é bem essa coisa de momento mesmo e Pachinko foi uma escolha tão certeira que entrou pra minha lista de livros favoritos da vida! Já tinha um bom tempo que eu não ficava tão submersa numa história, acho que talvez nem seja essa exatamente a palavra, mas vira e mexe acontece de uma história de tocar tão fundo que você não quer que acabe. Eu levei um tempo pra terminar esse livro de propósito. Eu não queria acabar. Eu não queria me despedir da história e partir pra outra, é um livro de 528 páginas e se tivesse mais eu teria continuado.
Pachinko também me tirou bastante na zona de conforto porque historicamente e culturalmente falando eu sou uma conhecedora bem superficial quando se trata do Oriente, nesse caso, Japão e Coreia, a gente fica muito nessa bolha de EUA e Europa nas histórias e nem percebe isso. A história começa em 1900, na Coreia, quando ainda não era dividida em duas. Sunja e sua mãe moravam numa vila de pescadores e administravam uma pensão e apesar de muito trabalho e uma vida bem humilde, elas viviam em paz, mas as coisas mudam logo após que Sunja – ainda adolescente, engravida de um homem casado. Esse início é o que vai desenrolar a história por 4 gerações. Sob a ótica dos imigrantes coreanos no Japão, a autora nos dá uma aula de história e cultura desses lugares envolto de um robusto romance que você vai me entender quando eu digo que eu não queria ter terminado Pachinko.
Eu ainda não consigo descrever a imensidão desse livro porque eu acho que eu ainda esteja naquele processo de absorver a história, também acredito que a maioria de nós só conhecíamos bem superficialmente a história das guerras entre Japão e Coreia (guerra que dividiu a Coreia em duas), talvez porque logo muito perto disso também estourou a Segunda Guerra Mundial e o Japão se aliou a Alemanha, mas o fato é que a autora trouxe à tona as vidas perdidas de pessoas que foram apagadas de suas famílias e suas histórias, sobretudo com o preconceito que eu confesso que não sabia ser tão latente entre essas duas nações. Que obra. Recomendo mil vezes esse livro. 5/5 xícaras:
Adorei a sinopse, deu vontade de devorar o livro. Me instigou a curiosidade e me estimulou a curiosidade. Ja está na lista!
Correção: Adorei a sinopse, deu vontade de devorar o livro. Me instigou a curiosidade e me estimulou para a leitura. Ja está na lista!