“Lagos, anos 1990. Enquanto Ifemelu e Obinze vivem o idílio do primeiro amor, a Nigéria enfrenta tempos sombrios sob um governo militar. Em busca de alternativas às universidades nacionais, paralisadas por sucessivas greves, a jovem Ifemelu muda-se para os Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se destaca no meio acadêmico, ela depara pela primeira vez com a questão racial e com as agruras da vida de imigrante, mulher e negra.
Quinze anos mais tarde, Ifemelu é uma blogueira aclamada nos Estados Unidos, mas o tempo e o sucesso não atenuaram o apego à sua terra natal, tampouco anularam sua ligação com Obinze. Quando ela volta para a Nigéria, terá de encontrar seu lugar num país muito diferente do que deixou e na vida de seu companheiro de adolescência.
Principal autora nigeriana de sua geração e uma das mais destacadas da cena literária internacional, Chimamanda Ngozi Adichie parte de uma história de amor para debater questões prementes e universais como imigração, preconceito racial e desigualdade de gênero. Bem-humorado, sagaz e implacável, Americanah é, além de seu romance mais arrebatador, um épico contemporâneo.”
É sempre muito difícil falar de um livro quando a história supera muito as expectativas e o escritor mais uma vez se mostra brilhante, a gente sempre acha que está correndo o risco de não conseguir passar o quão a história foi boa e impactante e eu fico muito agradecida e feliz quando um livro me surpreende tão positivamente assim como foi Americanah pra mim.
É o segundo livro de Chimamanda que leio, o primeiro foi Hibisco Roxo que é fantástico, mas Americanah foi ainda melhor. É um livro de 520 páginas, no começo a história leva um tempinho pra engatar, mas depois que vai você nem percebe o tanto que já avançou na história. A base de Americanah gira em torno da vida de Ifemelu e Obinze – primeiramente juntos, depois seguindo vidas diferentes e assim vai…
“Não conseguiam entender por que as pessoas como ele, criadas com todo o necessário para satisfazer suas necessidades básicas, mas chafurdando na insatisfação, condicionadas desde o nascimento a olhar para outro lugar, eternamente convencidas de que a vida real acontecia nesse outro lugar, agora estavam resolvidas a fazer coisas perigosas, ilegais, para poder ir embora, sem estar passando fome, ter sido estupradas nem estar fugindo de aldeias em chama. Apenas famintas por escolhas e certezas.”
Americanah é um livro forte ou como diria Obinze: “isso parece poesia”. Muito atual com os tempos de hoje que aborda questões sobre racismo, imigração, diversos tipos de preconceitos, questões de gênero, choques culturais e que nos fazem refletir em muitos momentos o quanto o racismo ainda é infelizmente muito incrustado na nossa mente – seja de uma forma camuflada ou abertamente descarada. Americanah é uma história recheada de pequenos clímax (acredito que seja também por isso que flui tão bem), daqueles que de tão uma incerteza imensa de como vamos levar alguma situação ou como vai se resolver certo problema.
Os personagens se auto conhecem, se desenvolvem, mudam, fazem coisas que antes diziam que jamais fariam. Nos pegamos concordando com coisas absurdas, porque de repente estamos na pele de Obinze e Ifemelu. Chimamanda retratou Americanah da forma honesta possível a situação do imigrante negro e todas as temáticas do racismo, xenofobia e a discriminação que uma mulher negra sofre morando em um país estrangeiro. E fiquem tranquilos, não é uma história pra “lacrar”, aliás, está bem longe disso. Americanah é uma leitura essencial para qualquer pessoa, TODOS deveriam ler. Chimamanda é sem duvida uma das melhores escritoras da nossa atualidade.
5/5 xícaras:
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