Desde que a Lia mudou a plataforma do Miss American Pie pro WordPress (sempre digo que foi ela, pois é o tipo de coisa que eu definitivamente não sei fazer sozinha) eu estava engajada em organizar bem bonitinho todos os meus mais de 1.200 posts daqui, já que a mudança deu uma boa bagunçada nos arquivos do blog e os únicos que estão perfeitamente arrumados são os mais recentes, ou seja, coisa de um ano/um ano e meio pra cá…
Comecei a fazer isso, juro… Mas confesso que ainda está longe de terminar. De qualquer forma, essa semana houve um dia que eu estava bem ociosa aqui no trabalho e (re)comecei e dar uma olhada nos arquivos do blog, ver o que estava perdido por aí, reler algumas coisas, enfim… Alguns posts com a mudança realmente foram perdidos e não consegui recuperar e tudo bem porque não me lamentei por isso, simplesmente fui dando uma organizada. Eu não sei se isso acontece com todo mundo que escreve em blogs há muito tempo (muito tempo é quando eu digo de 10 anos pra mais), mas quando eu, por exemplo, me pego lendo meus arquivos antigos, me dá um certa vergonha… AHAHAHAHAHAHA. Não vergonha pelo que escrevi em si, aliás, nem sei se a palavra ‘vergonha’ seria a mais adequada pra definir o que eu quero explicar, mas tem muita coisa que escrevi lá atrás e que hoje, se fosse a mesma situação, eu escrevia melhor e de uma forma diferente, entendem? Ou nem escreveria, talvez, vai saber.
Percebi que mudei meu pensamento em muita coisa em relação a um monte de tipo de assunto, outros permaneceram como sempre pensei, o jeito de escrever obviamente também mudou e ainda bem, porque sinto que melhorou (assim espero) em muita coisa e por tudo isso, uma coisa que me fiquei refletindo bastante e acredito que todos irão concordar comigo é que a internet de hoje está muito diferente da internet de sei lá… 5 ou 7 anos atrás. Aliás, esse foi um assunto que conversamos no outro dia com uns amigos (da internet) numa mesa de bar e uma coisa é fato: as pessoas hoje em dia estão mais maldosas, barraqueiras e mais bisbilhoteiras do que nunca.
A prova disso é só você pegar as notícias dos grandes portais e ver a quantidade de assunto que contém intriga, briga, barraco, lavação de roupa suja e até crime, você descobre que o assunto muitas vezes começou pela internet, o numero é absurdamente grande e as situações são assustadoras. Se antes você tinha que esperar até meia noite pra se conectar via acesso discado porque era mais barato, hoje você tem internet dentro do seu celular pelo tanto tempo que quiser e aonde quiser. É muita gente que passa muito tempo online com a cara enfiada numa tela, do que na vida ‘do lado real’ – literalmente falando e por isso muitas vezes, nem vê o mundo girar. Isso por um lado implica em coisa boa ou não: Ao mesmo tempo que você pode consultar os horários no cinema daquele filme que você de repente resolveu assistir, pedir comida, comprar pela internet (o que eu amo, de verdade), você também pode xingar/ofender aquela pessoa só porque vocês não partilham da mesma opinião sobre algum assunto (nossa, como tem isso) ou pode dar uma bisbilhotada naquele seu desafeto enquanto espera o ônibus, não acho nem um pouco legal esses dois últimos, ainda que isso algumas vezes seja ‘protegido’ pelo véu do anonimato, mas hoje em dia as pessoas não estão nem aí pra isso também.
Se eu me basear por mim, posso dizer, graças a Deus que nunca fui perseguida por algum bisbilhotes sociopata em potencial que viesse aqui todos os dias me xingar, fuçar minha vida ou pior ainda: que de alguma forma me prejudicasse por isso (porque pagar as contas ninguém se propõe, né?). Tirando uma única pessoa – a ex do meu marido que certa vez, através da forma mais besta (os ips dos comentários) eu descobri que ela chegou até a criar um blog e comentava aqui de vez em quando: hora falando bem de algo que eu tinha escrito, hora me xingando, mas estava sempre me observando. Isso foi em meados de 2006… Acho… Foram poucos comentários, mas o fato é que não demorou quase nada de tempo pra eu descobrir que esse tal blog + comentários se tratava de uma mesma pessoa. Fiquei até meio assustada na época porque lembro que pensei: “pronto, agora que eu não vou ter mais paz.”
E sabe, o ponto nem é a curiosidade com o outro em si – todos nós somos curiosos de alguma forma, mas a ofensa gratuita que recebi que é o pesado disso tudo (e por quê? por eu ser a atual do ex dela? ah para né!), e aí o dia que confrontei isso com ela via email (porque ela ainda mandou um email ao meu marido), ela simplesmente jogou a bolinha de fumaça e PUF! – sumiu e nunca me respondeu (sumiu pelo menos hipoteticamente falando, nunca mais apareceu por aqui e hoje eu prefiro acreditar que nunca mais veio mesmo, que ela tenha me esquecido de verdade, que esteja feliz porque gente feliz não enche o saco, enfim… pelo menos não apareceu mais comentando e eu também não tenho paciência e muito menos tempo de ir atrás e ficar consultando os acessos do blog). Ainda bem que nunca fui prejudicada realmente por ela, embora eu tenha ficado de cara com todo o ‘trabalho’ que ela teve na época de criar um blog, deixar comentários, etc… essa história não rendeu nem um bate boca ou uma atarracada de unhas direto no cabelo e ainda bem porque, mesmo eu sendo uma ariana do pavio curto, eu odeio brigar, odeio confusão, mas me lembro que na época eu achei isso um disparate tão desagradável e absurdo que, eu ficava indignadíssima em constatar como alguém despendeu um tempo da própria vida, pra vir até aqui e ainda deixar comentários loucos. Eu me perguntava uma coisa que até hoje, não tive uma resposta efetiva: Pra quê isso? Afinal de contas, vida que segue, sabe?
A verdade é que eu nunca mastiguei essas questões de ofensas gratuitas muito bem (falando agora de um modo geral, isso é muito comum a gente ver hoje em dia nas redes sociais), eu realmente consigo compreender a curiosidade (mesmo na grande maioria das vezes achando esse tipo de curiosidade bem estranha, por acho que isso faz muito mal pra si mesmo), mas não consigo compreender quando alguém ofende um outro só pelo ‘prazer’ de odiar, porque dependendo da situação, se você quer – você prejudica sim uma pessoa, mas mais ainda: você prejudica a si mesmo. E qualquer um sabe disso. Hoje, esse fato que aconteceu comigo é engraçado porque quando me lembro disso eu dou muita risada sozinha, tipo mulher se bicando por causa de homem? ahahahaha, tão 15 anos. Mas é engraçado porque principalmente se eu comparar com as coisas que a gente vê por aí no mundo de hoje ou até de relatos de pessoas próximas a mim, essa história foi apenas mamão com açúcar. Todo mundo conhece alguém ou um fato assim que é daí pra pior e isso sim não é nada legal.
É claro que não estou aqui implementando algum modelo de paz mundial ou falando pra todo mundo se fechar numa bolha pra se abdicar de gente louca, aliás, esse post está ficando muito mais longo do que eu pretendia – virou textão e eu odeio textão, mas justamente por hoje não ser igual ontem, eu acredito que algumas medidas, as vezes, a gente precisa se obriga a tomar. Questão de auto preservação, sabe? Eu sempre partia da premissa que se o Blog/FB/Twitter/Whatever é meu, eu escreveria o que eu quisesse – aliás, é um argumento simplista de muita gente e por muito tempo também foi o meu… Mas hoje eu percebo que ‘o que eu quiser’ implica em monte de consequências que tanto podem ser boas como ruins e aí, batemos na tecla que tem muita coisa que é melhor guardar pra si mesmo porque, quanto menos gente souber da sua vida, mais as coisas boas fluem melhor. Além do que, ficar passando nervoso por confusão com algo que você poderia ter se poupado, não acrescenta em nada que possa ser aproveitado, tem muita gente que usa o escudo do argumento ‘falo o que eu quiser’ ou ‘mas é a minha opinião’ pra escrever absurdos, ofensas, pra se impor e mostrando muitas vezes, uma faceta sombria daquele alguém que até então você achava que conhecia. Eu não tenho mais saco pra isso e fujo sempre que começa a pipocar assunto de política ou qualquer outro assunto polêmico, por exemplo.
Muita gente hoje em dia tem uma necessidade de mostrar tudo que faz/tem pras outras pessoas: onde foi no fim de semana, o que comprou, o que comeu, pra onde foi viajar, o que está fazendo no momento… Eu mesma já agi muito assim e ainda faço isso, mas me policio bastante… Não acho isso totalmente errado, veja bem, desde que haja uma certa moderação e ainda muito menos é da minha conta o que cada um faz com a vida, mas hoje particularmente, penso que tem muita coisa, dependendo do QUANTO você mostra, dá margem pra outras pessoas virem e se portarem com você, como acham que tem devem se portar – goste você ou não, inclusive, se intrometendo daquela forma bem invasiva e o resultado geralmente costuma dar em merda… Também existe aquele tipo de pessoa que adora ser do contra em tudo e sai por aí vociferando comentários que em sua maioria, infelizmente, são sempre negativos. Muita gente tira isso de letra, mas tem quem se importa mais do que deveria (as vezes ainda caio nessa), e por mais que cada um aguente a sua própria chatice, ninguém é obrigado a aguentar a chatice dos outros e é lógico que isso uma hora vira treta. Tudo isso que estou dizendo (eu acho) que já existia antigamente (me senti uma anciã de 700 anos agora escrevendo isso), mas com certeza era um numero BEM menor e acredito que até de um jeito mais suave.
Enfim… Fui mexendo nos arquivos do blog – que não é pouca coisa e fui fazendo minhas alterações de coisas que simplesmente decidi não mais compartilhar com ninguém e deixar só pra mim, fui fazendo como achava que tinha que ser feito e isso foi de tudo que já escrevi até aqui: de quando criei o MAP, de quando me casei, de quando me formei, de quando fiz 1, 2, 3 tatuagens e até de algum seriado ou filme que tinha assistido – assunto que não teria qualquer tipo de relevância pra ninguém, mas resolvi fechar, então envolveu absolutamente tudo! – e quando me dei conta; tinha colocado mais de 700 posts no privado! =O
Fazendo as contas com o numero que disse no começo, mais alguns que deletei, isso significa que eu tenho mais posts no privado que os publicados que deixei. Me assustei com isso, me perguntei se estou uma pessoa ranzinza ou até neurótica com a internet, mas confesso que estranhamente me deu um certo alívio… E se mais pra frente eu quiser mudar isso pra publico novamente é só eu alterar no painel do blog. Não foi por nenhum motivo específico – por isso que disse que o alívio foi até estranho – nem por motivos de brigas ou gente bisbilhoteira, absolutamente nada disso, senão nem teria sentido em eu ter um blog. Mas porque como disse: já tive sim muito arranca rabo por aí por motivos idiotas, mas eu nunca tive problemas sérios na internet e principalmente aqui no blog – um mundo tão particular meu que amo tanto, as coisas aqui sempre foram tranquilas, vão continuar a ser e assim vamos seguindo em frente, afinal, essa vida aqui – a minha vida! – tem todos os direitos reservados. 🙂
Dani Antunes diz
Amém, irmã! hahahaha
Concordando com cada linha, e me senti exatamente desse seu jeitinho várias vezes, e fui trocando de nomes, de blogs, de plataforma e, agora, de domínio!
O que importa nisso tudo? Eu te curto, e te acompanho sempre. E torço por vc, pela sua felicidade e pros posts de BBB saírem logo! auhauhauhauha
Bjinho
Fernanda Fusco diz
Estava refletindo nesta última semana exatamente sobre a internet de aproximadamente 10 anos atrás: como comentou, realmente era tudo mais “ingênuo”. Lembro que blog era realmente de cunho pessoal (o que acho legal até hoje!) e era raro alguém fazer qualquer tipo de comentário maldoso, até porque acompanhavam o blog aqueles que realmente tinham interesse. Hoje, nas redes sociais, a gente tem inúmeros amigos que nem fazemos tanta questão acompanhar (aliás, dei unfollow em vários!), mas que acabamos aceitando porque afinal era qualquer conhecido (tia, cunhada, amigo do amigo, colega) e depois ficaria questionando e mimimi (vamos evitar a fadiga, né). Então dá margem pra muita gente acompanhar as nossas publicações em tempo real, onde as informações “desinteressantes” (para alguns) que publicamos sempre tem um alcance maior e acaba chegando até naquele em que não temos vínculo nenhum (o amigo do amigo do Facebook). Consequentemente, penso o cuidado tem que ser maior do que antes; tenho lá minhas regrinhas – não marcar lugares que frequento sempre, não deixar os posts públicos com fotos de coisas que considero valiosas (porque existe muita gente mal intencionada no bairro onde moro que pode ficar de olho), agora evito ao máximo escrever palavrões e tomo cuidado com o conteúdo (porque alguns alunos me seguem), enfim -, mas não fico vomitando essas regras porque sei que o que serve pra mim, não serve pros outros (cada um tem um objetivo em ter uma rede social, um blog, etc.).
Sempre que leio algum post antigo ou assisto a algum vídeo meu também sinto muita vergonha. Especialmente com os vídeos! Então também fiz a “limpa” no canal e no meu blog, especialmente naqueles conteúdos que podem dar margem a qualquer comentário maldoso. Apaguei também os comentários maldosos de terceiros; antes não me importava, mas faz tanto mal quando já estamos mal! Outra que um conhecido meu procurou por esses comentários maldosos nos meus vídeos para ficar reproduzindo para a minha família. Eu mereço, né?
Eu sinto muita falta de fazer do blog um diário mesmo, mas hoje é preciso cuidado… Por isso comprei um journal e esse tipo de registro tenho feito lá! 🙂
Ótimo post, Juli!