Da autora best-seller de O Circo da Noite, uma história de amor atemporal se desdobra em um mundo secreto debaixo da terra ― um lugar de piratas, pintores e navios que navegam sobre um Mar Sem Estrelas.
Quando Zachary Ezra Rawlins descobre um misterioso livro escondido na biblioteca de sua universidade, isso o leva a uma busca como nenhuma outra. Em meio a suas inebriantes narrativas sobre prisioneiros apaixonados e cidades perdidas, ele se depara com algo impossível: uma história de sua própria infância.
Determinado a obter respostas que este livro sem título ou autor se recusa a prover, Zachary deve seguir as únicas pistas que encontra na capa – uma abelha, uma chave e uma espada. Em seu caminho, surgem duas pessoas que mudarão o curso de sua vida: Mirabel, uma impetuosa pintora de cabelos cor-de-rosa, e Dorian, um belo e enigmático homem descalço.
Navegando por bailes de máscaras e sociedades secretas, este é só o início de uma missão que o levará a um estranho labirinto subterrâneo, às margens do Mar Sem Estrelas. Um mundo maravilhoso de túneis sinuosos, cidades perdidas, amantes eternos e histórias a serem preservadas, custe o que custar…
A primeira coisa que vou falar sobre O Mar Sem Estrelas é que ele foi um livro completamente diferente de tudo que já li na vida, muito embora em muitos momentos me lembrou as histórias do Carlos Ruiz Zafón, o fato é que eu fiquei pouco mais de um mês lendo ele porque é uma história que, antes de tudo, precisa ser sentida. A segunda coisa é que quando terminei essa história e fechei o livro, eu fiquei uns dois minutos completamente absorta e depois pensei: “como eu vou falar sobre essa obra? como eu vou me expressar pra conseguir passar pelo menos um tiquinho do quão maravilhosa essa história é?”
“É estranho, não é? Amar um livro. Quando as palavras nas páginas se tornam tão preciosas que parecem parte da sua própria história, porque são.”
Esse é o primeiro livro que eu leio da Erin Morgenstern, ela tem esse e O Circo da Noite publicados. O Mar Sem Estrelas foi um livro que demorou 10 anos para ser concluído, então eu acho que por aí você já pode começar a ter uma noção de que estou falando de algo genuinamente fantástico.
Os dois primeiros capítulos começam com duas histórias distintas uma da outra e cheia de metáforas, então cada leitor tem a sua livre interpretação daquilo que leu ali, e que justamente por isso não precisa se preocupar em ficar tentando entender o que está acontecendo porque O Mar Sem Estrelas começa assim mesmo, sem sentido. No terceiro capítulo somos apresentados ao protagonista – Zachary Ezra Rawlins, filho de uma vidente que, aos 11 anos de idade se depara com uma porta pintada na parede de um beco perto da sua casa, a porta foi pintada de uma maneira tão realista que parece ser de verdade, e Zachary por notar isso se sente curioso, mas também bobo demais por acreditar que uma porta pintada numa parede possa ser real – e entre esse dilema interno entre acreditar ou não, ele por fim, decide não abrir. Ainda não. No outro dia a porta não está mais lá.
“Nenhuma história termina enquanto é contada”
Acontece que anos depois, quando Zachary já está adulto, ele encontra um livro na biblioteca da faculdade sem estar catalogado em nenhum lugar com o nome de “Doces Dores”, o livro não tem nem o ano de publicação ou nome do autor. Somente escrito “Doces Dores”. Curioso (pô, eu também ficaria), ele decide levar o livro pro dormitório e começar a ler. As duas primeiras histórias de Doces Dores são exatamente os dois primeiros capítulos de O Mar Sem Estrelas e o terceiro capítulo – ainda incompleto é sobre a vida de Zachary, mais precisamente naquele dia de anos atrás, quando ainda um garoto, encontrou uma porta misteriosa e não abriu. Obviamente ele fica completamente intrigado e começa a ir atrás de pistas sobre esse livro e é aí quando toda a magia perfeita dessa história começar a acontecer.
“- Todo mundo é parte de uma história, o que as pessoas querem é ser parte de algo digno de ser contado. É aquele medo da mortalidade, aquela mentalidade de “Eu estava aqui e eu importava”.
O Mar Sem Estrelas são histórias dentro de histórias. É um livro que te faz mergulhar dentro de mundos cheio de corredores, labirintos, portas, velas, gatos e livros com histórias em cada centímetro de espaço, histórias dentro de histórias que você está em um mundo, de repente encontra uma porta, abre e vai parar em outro mundo aonde o tempo também pode correr diferente. Parece confuso, né? Mas posso dizer pela minha pouquíssima experiência com esse tipo de gênero, do qual não estou acostumada, que não é. Erin Morgenstern tem uma narrativa muito envolvente que é rica em simbolismos e metáforas e que na verdade você não precisa exatamente saber todas as respostas para tudo o que acontecer (se você é esse tipo de leitor, talvez então se incomode um pouco com isso), mas ela vai te puxando cada vez mais pra dentro do livro, você vai deixando se levar e aí vai ter aquele ponto da história que ela vai começar a amarrar os fios e você vai começar a entender muitas coisas (porém, talvez nem todas).
“Essas portas cantam. São canções de sereia silenciosas para aqueles que buscam o que há atrás delas.
Para aqueles que sentem saudades de um lugar aonde nunca foram.
Aqueles que, mesmo sem saber o quê (ou onde) estão buscando.
Aqueles que buscam vão encontrar.
Suas portas estão esperando por eles.”
Com várias referências de outros livros como: Alice no País das Maravilhas, os livros Zafón, Stephen King e outros, eu acredito que esse temperinho que alguns escritores geralmente usam de citar outras obras, deixa o leitor ainda mais próximo da história, o modo com a autora narra sobre as infinitas possibilidades que existem nas histórias dentro dos livros e sobre a beleza deles, faz com que você se sinta ambientando não só com os lugares, mas como se também fosse parte de tudo aquilo, mesmo sendo tudo uma fantasia. Também é um livro para todo mundo que ama os livros e que usa a literatura como um refúgio, eu me senti bem representada ehehe.
“- Nós somos as estrelas – ele responde, como se fosse o mais óbvio dos fatos em um mar de metáforas e enigmas. – Somos todos poeira estelar e histórias.”
Eu nem tinha ainda chegado na metade da história, mas sabia que O Mar Sem Estrelas ia entrar para o TOP3 de favoritos da vida e entrou mesmo pois arrebatou meu coração para sempre. Tenho certeza que sempre que alguém mencionar esse livro eu vou suspirar e falar “SIM! ESSE LIVRO” e pra mim não é difícil favoritar uma história, mas quando entra em algum ranking de TOP números é porque fez jus ao estar ali. Pra mim a reta final foi especialmente emocionante mesmo com todos seus mistérios, simbolismos e metáforas porque se encaixou como realmente deveria ser; de uma maneira até triste, mas igualmente bela. Eu destaquei um monte de quotes como vocês podem bem notar, mas essa aqui é a frase que vou escolher pra terminar essa resenha de hoje:
“Não é aqui que a história acaba. Aqui é apenas onde ela muda”
5/5 xícaras:
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