Nisha cruzou os oceanos para dar um futuro à sua filha. Durante o dia, ela cuida da casa e da filha de Petra; à noite, ela é mãe de sua própria filhinha, através da tela do telefone. O namorado de Nisha, Yiannis, é um caçador clandestino, que captura as minúsculas e melodiosas aves canoras que migram para a África durante o inverno. Seus sonhos de uma nova vida e de se casar com Nisha são destruídos quando ela desaparece sem qualquer aviso. Ninguém se importa com o sumiço de uma empregada doméstica, exceto Petra e Yiannis. Quando se propuseram a procurá-la, perceberam o pouco que sabiam sobre Nisha. O que eles descobrem vai mudá-los profundamente. Ambientada em seu Chipre natal, Christy Lefteri criou uma poderosa e redentora história de perda, do triunfo do espírito humano e do amor duradouro de uma mãe por seu filho.
E o livro já começa assim… Nessa paulada:
“Um dia, Nisha desapareceu e se transformou em ouro. Transformou-se em ouro aos olhos da criatura que estava à minha frente. Transformou-se em ouro no céu da manhã e na música dos pássaros. Mais tarde, na melodia cintilante da empregada vietnamita que cantava no restaurante Theo s. Mais tarde ainda, nos rostos e vozes de todas as empregadas que fluíram pelas ruas como um rio turbulento de raiva, exigindo ser vistas e ouvidas. É aí que Nisha existe. Mas vamos retroceder. Precisamos retroceder.”
E já aí eu sabia que ia me emocionar com essa história, até porque esse é o segundo livro que eu leio da Christy Lefteri que foi tão emocionante quanto o primeiro. O livro conta sobre a vida de Nisha que há 9 anos deixou sua filha, sua mãe e seu país Sri Lanka para trabalhar em Chipre como empregada de Petra, e sua filha Aliki. Acontece que em um domingo, Nisha simplesmente desaparece e Petra e Yiannis (namorado de Nisha que mora em um apartamento anexo ao de Petra) decidem investigar sobre o acontecido, já que a polícia simplesmente não deu a mínima.
Petra acaba se dando conta que nada sabia sobre a vida de Nisha e só começou a enxergar isso, infelizmente, depois do desaparecimento dela. Nisha era mais uma entre milhares de outras empregadas domésticas imigrantes de Chipre que são invisíveis aos olhos da sociedade. Petra tardiamente começou a enxergar que Nisha tinha toda uma vida antes de conhece-la. Uma vida de perdas, lutas e sonhos e que talvez, a única pessoa que enxergava Nisha de verdade, era a filha de Petra – Aliki, de apenas 9 anos.
Durante os capítulos nós vamos acompanhando o desenrolar sobre o desaparecimento de Nisha, mas sobretudo vamos conhecendo o seu passado também através de Petra e Yannis. Yannis é o namorado de Nisha que trabalha em um esquema clandestino de captura aves canoras e a autora também usou isso para deixar o livro ainda mais emocionante e triste. Olha, vocês preparem os lenços viu. No começo do livro você já sabe que não se terá um final feliz, mas é ainda mais triste como tudo de desenrola. Eu recomendo demais esse livro e se você não conhece recomendo também que leia “o homem que escutava abelhas”. Christy Lefteri é uma ótima escritora. 5/5:
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