Primeiro vamos ao resumo:
“Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.”
Uma das primeiras perguntas que eu me fiz ao terminar este livro foi: Por que eu não li Jane Austen antes? Orgulho e Preconceito é um livro que foi lançado em 1813 e foi ele que colocou Jane Austen como uma das escritoras mais famosas, não só da literatura inglesa, como na do mundo. Eu achava que a princípio teria um pouco de dificuldade em acostumar com o livro, justamente por ser uma literatura bem antiga com uma escrita mais robusta e realmente é assim mesmo, mas li o livro em 1 semana e ainda fiquei com aquela ressaca literária depois que terminou a história.
A história aborda as diferenças sociais, patriarcado, educação das mulheres, condições sociais e a importância que era um casamento bem arranjado naquela época, afinal, filhas mulheres não tinham o direito de herdar os bens da família após a morte do pai, então acho que de certo modo, compreendi todo o desespero da Sra. Bennet em casar as filhas, mesmo que em quase todos os momentos da história eu sempre quisesse bater nela. O romance é do tipo que envolve logo nas primeiras páginas, daqueles que você se apega facilmente a história e com uma boa dosagem de drama (ah eu adoro um drama!), Jane Austen te prende do começo ao fim. A riqueza de detalhes dos personagens são perfeitamente bem construídos, especialmente Sr. Darcy e Elizabeth que são os protagonistas da história e que você só começa a gostar de um, quando toma o partido do outro. Os diálogos são interessantíssimos, cheios de sentimentos, força e deveras persuasivos.
Mas o que mais me impressionou nesse livro, foi ter uma notável percepção de como Jane Austen foi uma mulher a frente do seu tempo. Sua forma de pensar, suas críticas em tom de ironia acerca da vida como sociedade naquela época, é algo surpreendente e vale lembrar que, não só pela época em que esse livro foi escrito – aonde ela contava cenas do cotidiano em quem viveu, mas principalmente porque Jane Austen tinha menos que 20 anos quando escreveu Orgulho e Preconceito. Certamente também seria uma grande mulher nos dias de hoje.
Orgulho e Preconceito é uma história maravilhosa. É em suma, a essência real do que é um romance bem contado e agora entendo porque tantas pessoas colocam ele num patamar altíssimo como um dos melhores da história. É maduro acima de tudo, muito diferente de muito romance atual que consiste daquela base superficial, que quase sempre é carregada de contextos sexuais – o que não é uma crítica minha, mas boa parte dos romances da atualidade que leio hoje em dia, eu sempre termino com a sensação de que faltou emoção na história e principalmente emoção por parte de quem o escreveu. Orgulho e Preconceito com certeza entrou pra minha lista de livros preferidos e eu me tornei uma pessoa tão obcecada por Jane Austen que já comprei todos os outros dela. Meu escolhido da vez é: Razão e Sensibilidade.
“Há poucas pessoas que eu amo de verdade, e menos ainda de que eu tenho boa opinião. Quanto mais conheço o mundo, mais me sinto insatisfeita com ele; e a cada dia se confirma a minha crença na incoerência de toda personalidade humana, e na pouca confiança que podemos depositar na aparência de mérito ou de razão.”
E obviamente vai levar 5/5 das xícaras:
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