Auschwitz, 1944. As gêmeas Pearl e Stasha têm 12 anos quando desembarcam no campo de concentração nazista na Polônia. à medida que conhecem o horror e têm suas identidades fraturadas pela dor e sofrimento, tentam confortar uma à outra e criam códigos e jogos para se proteger e recuperar parte da infância deixada para trás. Mas quando Pearl desaparece sem deixar pistas, Stasha se recusa a acreditar que a irmã esteja morta e embarca numa jornada desesperada em busca de justiça, paz e de si mesma. Livro notável pelo The New York Times; Livro do Ano pela Amazon e pela Publishers Weekly; indicação de leitura dos principais veículos de imprensa norte-americanos, Resistência narra, com uma voz poderosa e única, a trajetória de duas irmãs lutando pela sobrevivência em um dos períodos mais devastadores da história contemporânea e mostra que há beleza e esperança até diante do caos.
Apesar de um tema sombrio e pesado esse foi um dos livros mais lindo que eu li esse ano. Ele foi tão lindamente escrito que chega a ser poético da forma como foi contada a história. Resistência conta a história das gêmeas Pearl e Stasha que caíram nas mãos de Josef Mengele – o médico mundialmente conhecido por suas cruéis experiências em crianças sobre a premissa de expandir seus estudos sobre genetica, não é a toa que era conhecido como o Anjo da Morte e retratado em muitos livros desse tema. Pearl e Stacha são gêmeas inseparáveis, daquele tipo que sente o que a outra sente, conhece os pensamentos e que compartilham das sensações e segredos sem precisar trocar uma palavra. A narrativa é feita em primeira pessoa pelas duas meninas que vão se intercalando entre os capítulos e a segunda parte do livro é o pós guerra. É uma história que fala sobre medo, a tortura, o ódio, vingança mas também sobre a inocência, amor, cumplicidade, amizade e transformando tudo isso numa verdadeira resistência.
“Mas aquele pedaço de terra não podia ser dominado. Alguns afirmavam que poderíamos vencê-la se entendêssemos sua perversidade por completo. Mas sempre que começávamos a entender o mal, o próprio mal aumentava.”
“A ideia de que a maldade torna uma pessoa mais forte do que as pessoas boas é um equivoco muito comum.”
Resistência não vai detalhar o experimentos ou o sofrimento físico delas daquela maneira crua e direta muito comum nos livros da Segunda Guerra, é um livro muito mais voltado pra emoção e sensações e eu fiquei apaixonada pela escrita de Affinity Konar justamente por isso, como eu disse – mesmo escrevendo sobre um período tão obscuro e tão triste, ela conseguiu expressar o máximo das personagens de uma maneira tão sensível que chega a ser poética. Sem duvida alguma coisa um dos livros mais lindos que eu li esse ano.
“Em meu rosa fetal, tive de encarar essa verdade: sem ela eu seria apenas um pedaço, uma coisa sem valor algum, um ser humano incapaz de amar.”
A autora se inspirou na vida das irmãs Miriam e Eva Mozes que viveram em Auschwitz e sofreram com os experimentos de Mengele. Elas sobreviveram, mas inevitavelmente tiveram a sequelas e doenças como câncer, falência dos rins, além de Eva sofrer diversos abortos espontâneos – tudo por consequência desses terríveis experimentos. Entrou pra minha lista dos preferidos – 5/5 xícaras:
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