O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo.
“A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente.”
Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. “Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘Você apoia o terrorismo!’”. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e – em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são “anti-africanas”, que odeiam homens e maquiagem – começou a se intitular uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”.
Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.
Eu li esse livro hoje mesmo durante o meu almoço. É super curtinho, na verdade ele foi adaptado de uma palestra que Chimamanda fez em dezembro de 2012. É uma leitura fluída e rápida, nada muito aprofundada mas que nos faz refletir sobre feminismo, igualdade de gênero e estereótipos.
A autora usa como pano de fundo diversas experiências na qual passou e experiências de quem ela conhece para falar sobre o tema. Eu sou fã de Chimamanda, o primeiro livro que li dela foi Hibisco Roxo e devorei em poucos dias Americanah. A autora faz parte da leva de escritores nigerianos que felizmente (e finalmente) estão ganhando destaque na literatura, há diversos autores e livros excelentes que vale muito a pena conhecer.
“Nós evoluímos. Mas nossas ideias de gênero ainda deixam muito a desejar.”
Recomendo muito. 5/5 xícaras:
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