Uma história de amor perfeita é suficiente para manter vivo o casamento entre duas pessoas imperfeitas?
O acaso uniu Quinn e Graham duas vezes. A primeira delas, no que consideraram o pior dia de suas vidas, quando ela descobriu às vésperas do casamento que estava sendo traída pelo noivo e ele, pela namorada que pretendia pedir em casamento. A segunda, meses depois, em meio a encontros ruins.
Deste reencontro surgiu um amor profundo e um relacionamento perfeito… ou talvez nem tanto. Com o passar dos anos e a frustração por não conseguirem ter filhos, Quinn e Graham acumularam silêncios e desconfianças. O casal se encontra no centro de um furacão, e seu futuro depende das promessas feitas quando o casamento ainda parecia uma praia paradisíaca.
Os livros da CoHo nunca me decepcionam. Se vocês clicarem na tag do nome dela aqui no blog verão seus outros livros que já li e que tiveram boas resenhas. Esse acabou se tornando um dos meus preferidos dela. Quinn e Graham se conheceram numa situação muito peculiar, mas o relacionamento dos dois só engatou depois de 6 meses. Desde então eles formaram o casal perfeito. Se casaram e aí quando Quinn começou a tentar engravidar foi quando tudo começou a desandar. Quinn é infértil e após várias inseminações e tentativas sem sucesso, o casamento de Quinn e Graham começa a passar por uma deterioração silenciosa.
“Se você iluminar apenas suas imperfeições, todos as suas qualidades ficarão na sombra.”
Eu compreendo todo o drama e luta que é para muitas mulheres que sonham em serem mães, mas que por algum motivo fisiológico não conseguem engravidar, entendo como isso pode ser muito frustrante e um caminho doloroso que não se resolve da noite pro dia, afinal isso envolve tempo, idas a médicos e a cada mês uma expectativa que pode ser boa ou não, e eu compreendi toda essa dor que a Quinn passou no livro, mas não concordei com nenhuma das atitudes dela.
É um livro bem reflexivo nesse sentido da maternidade que abre um leque de pensamentos, mesmo pra mulheres como eu que optaram por não ter filhos. Você entende o quão frustrante pode ser para uma mulher que quer ser mãe e não consegue, mas PRECISA entender também que muitas coisas na vida não será como planejamos e aí cabe à você escolher se quer viver na tristeza do que não conseguiu ou ser feliz com o que tem. Pra mim esse foi o auge de reflexão do livro. E Quinn mesmo sem bebês tinha tudo em volta pra ser feliz.
“Posso passar meu tempo concentrada na versão perfeita da vida que jamais terei, ou posso passar meu tempo aproveitando a vida que tenho.”
Eu tive muita empatia pela situação de Quinn, mas achei que ela foi de certa forma egoísta demais em anular toda a sua vida própria e uma vida à dois que ela tinha com Graham, “só” porque não conseguiu consumar um filho no casamento. Veja, eu coloquei esse só entre aspas porque acredito que existam coisas que são muito piores do que não conseguir gerar filhos: perder o seu parceiro numa tragédia ou numa doença sem cura com certeza é uma delas. E levando em conta toda a sintonia que o casal tinha antes dessa vibe de querer engravidar, eu achei que Quinn foi bem egoísta sim.
Achei que Graham, mesmo com toda sua perfeição, paciência e insistência em manter o casamento que está em ruínas, poderia também ter insistido mais em conversas para se resolver as coisas já que os dois são desde o início o modelo de um casal perfeito, mas você também entende o porquê muitas vezes ele se calou e se fechou. É um livro que levanta muitas reflexões realmente, é a vida real mostrada de uma maneira crua e visceral que com certeza acontece a mesma coisa um muitos lares nesse mundo afora. 5/5 xícaras:
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