Quando quatro amigos de uma pequena faculdade de Massachusetts se mudam para Nova York em busca de uma vida melhor, eles se veem falidos, sem rumo e amparados apenas por sua amizade e por suas ambições. Willem, lindo e generoso, é aspirante a ator; JB, nascido no Brooklyn, é um pintor perspicaz e às vezes cruel que busca de todas as formas ingressar no mundo das artes; Malcolm é um arquiteto frustrado que trabalha numa empresa de renome; e o solitário, brilhante e enigmático Jude funciona como o centro gravitacional do grupo.
Com o tempo, o relacionamento deles se aprofunda e se anuvia, matizado pelo vício, pelo sucesso e pelo orgulho. No entanto, seu maior desafio, como cada um passa a perceber, é o próprio Jude, um litigante extremamente talentoso na meia-idade, porém, ao mesmo tempo, um homem cada vez mais atormentado, a mente e o corpo marcados pelas cicatrizes de uma infância misteriosa, e assombrado pelo que teme ser um trauma tão intenso que não só não será capaz de superar mas que vai definir sua vida para sempre.
Com uma prosa magnífica e genial, Hanya Yanagihara criou um hino trágico e transcendental do amor fraterno, uma representação magistral da dor física e psicológica, e uma análise da verdade nua e crua que permeia a tirania da memória e os limites da resistência humana.
Eu ainda não sei bem o que dizer sobre esse livro. Principalmente em relação a Jude que é o personagem central da história porque muitas vezes eu sentia o sofrimento dele, me compadecia por ele, sobretudo por seu passado extremamente cruel, mas muitas vezes ele me irritava por tanto amor que ele negou achando que não era merecedor de nada e também pela autopiedade que ele tinha. É um livro longo e denso que a autora esmiuçou cada aspecto psicológico dos principais personagens, mas teve muita coisa que também sobrou na história e que ao meu ver não faria diferença nenhuma a trama estar ali ou não; um exemplo disso é quando ela detalhava demais o trabalho de Jude ou os filmes de Willen, as obras de JB ou quando repetia o que se passava na cabeça de algum deles principalmente do meio em diante – coisas que ela também disse na fase inicial do livro. Isso em alguns momentos deixou a narrativa cansativa e que poderia muito ter sido uma história mais curta. É uma história de quase 800 páginas; quando, ao meu ver, 500 páginas no máximo já seria mais que suficiente pra esse livro.
Outra coisa que me incomodou: Jude se negava a aceitar ajuda. A ajuda que teve de seus amigos, Willen e Harold foi praticamente imposta e mesmo rodeado de tanto amor (inclusive o fraternal) e amizade por essas pessoas na sua fase adulta, não foi o suficiente para Jude deixar seu passado pra trás e seguir em frente. De certa forma a autora mostrou que não necessariamente o amor e o acolhimento é capaz de curar certas feridas de alguém.
Willen e Harold de longe são os personagens que mais gostei. Achei que faltou se aprofundar mais sobre outros secundários como Malcon ou até mesmo Richard, mas W., e H., eu só senti um desenvolvimento real quando o livro já tinha passado mais de 60% da leitura. Não foi um livro emocionante pra mim no sentido de me arrancar lágrimas, mas é um livro pesado sim, que aborda temas pesados então nem de longe se trata de uma leitura leve, o que apenas me deixou pensativa em alguns momentos. Achei o final honesto porque pelo desenrolar você já sente que não tinha como ser de outra forma e mesmo se colocando no lugar de Jude e compreendendo todos os traumas do seu passado, ele podia ter feito diferente no futuro sendo que ele teve diversas oportunidades pra isso.
Gostei do livro? Gostei, mas não adorei. Não leria novamente, também não sei se recomendaria, mesmo assim não é uma história ruim, cada leitor tem a sua interpretação do que é mostrado. 3/5 xícaras:
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