“Meu nome é Sarah Wainness, mas este nem sempre foi o meu nome. É apenas mais um, entre tantos que já tive. Minha infância foi feliz e simples, como a de qualquer criança da minha idade e do meu bairro em Karnobat, Bulgária. Éramos uma família de cinco irmãos, incluindo eu. Papai, um homem muito bom, enérgico e religioso, frequentava a sinagoga, enquanto mamãe trabalhava em casa, cuidando de tudo e de todos nós. Após recebermos uma herança de um tio falecido que morava em Berlim, mudamos para lá e, ao chegar, deparei-me com uma realidade totalmente diferente da que eu conhecia. Meus sonhos desabrocharam em contato com a cidade. Um deles, tive que manter em segredo: eu queria ser bailarina. Sempre pegava as roupas da mamãe, escondida, e rodopiava no fundo do quintal, vendo tudo ao meu redor mudar. Isso me fazia feliz. Mas, um dia, meus sonhos desmoronaram e minha vida mudou completamente: os nazistas invadiram nossa casa, e fui levada para um lugar de prostituição. Meu nome é Sarah Wainness, e já morei no Beco da Ilusão.”
Eu não sei muito bem por onde começar a resenha desse livro. A história é muito emocionante e impactante, cheia de reviravoltas, mas tiveram alguns fios soltos no caminho que vai fazer com que eu não dê todas as 5 xícaras para este livro. Beco da Ilusão é muita leitura fácil e envolvente, o começo eu achei um pouco cansativo, mas não demora muito pra se mergulhar na história. Sarah (ou Yidish) é a personagem principal do livro, tendo como base outros dois personagens Erdmann e seu primo de Anton. Sarah por ser judia, passou por todos os horrores da guerra, mesmo tendo de certa forma a proteção de Franklin – membro da SS e pai de Erdmann (mais para o final do livro, você entende o porque ele a protegia).
“Roubaram-nos a liberdade de expressão, tornando-nos fantoches na mão do estado. Não podíamos falar, nem escrever aquilo que pensávamos. Não podíamos ter uma opinião, ou pelo menos, ela não poderia se tornar pública, existindo apenas na nossa mente.”
O final do livro me deixou bastante pensativa, primeiro porque até achei que estava faltando algumas páginas, mas aquele foi realmente o final e pra ser sincera, mesmo concordando que o desfecho não poderia ter sido outro, eu esperava um final diferente e me senti um pouquinho desamparada com ele. A gente sempre quer o melhor final feliz pros personagens que mais sofrem nas histórias, mas dependendo do cenário, não tem como ser assim, né? Gostei de Beco da Ilusão, muito embora eu já tenha lido livros melhores nesse cenário de segunda guerra, mas acima de tudo é mais uma obra de ensinamento, que nos faz refletir e nos conscientizar a nunca mais voltar àquela escuridão. 4/5 xícaras:
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