Um beijo dura um instante. Mas mil beijos podem durar uma vida inteira. Um garoto. Uma garota. Um vínculo que é definido num momento e se prolonga por uma década. Um vínculo que nem o tempo nem a distância podem romper. Um vínculo que vai durar para sempre. Ao menos era o que eles imaginavam. Quando, aos dezessete anos, Rune Kristiansen retorna da Noruega para o lugar onde passou a infância – a cidade americana de Blossom Grove, na Geórgia –, ele só tem uma coisa em mente: reencontrar Poppy Litchfield, a garota que era sua cara-metade e que tinha prometido esperar fielmente por seu retorno. E ele quer descobrir por que, nos dois anos em que esteve fora, ela o deletou de sua vida sem dar nenhuma explicação.
Então né…
A premissa da história é muito boa. É uma história de amor que vai resistir a uma separação e retornar dois anos depois, apesar da ruptura, volta ainda mais forte, principalmente por um destino que é impossível de mudar para os dois protagonistas – Rune e Poppy. Mas, pra mim, não foi bem a ideia que a autora me passou. O livro começa bem, tem algumas poucas partes arrastadas, mas é a partir da volta de Rune aos EUA que as coisas começam a ser reveladas e bem aos poucos acontecerem. É uma história de amor sim, mesmo sendo um amor adolescente não deixa de ser amor, mas por muitos momentos e veja bem, não estou querendo problematizar a relação amorosa dos personagens, eu achei que tudo pareceu possessivo demais, grudado demais que beirava ao doentio.
“Vc é minha e eu sou seu para sempre” “blá blá blá só você, mais ninguém” “só sua boca que vou beijar bibibi” e todas essas juras clichês adicionados a trama, me deixou com sensação de um “quê” de relacionamento abusivo. É meio assustador essa dependência emocional a alguém, é incrível ter um amor correspondido e avassalador, é claro, mas eles se portavam como se fossem os únicos na existência um do outro e se não estivessem juntos, nada mais no mundo daria certo. Isso mostrou a devoção de Rune à Poppy nos momentos mais difíceis, mas poxa, existe família, amigos e toda uma vida além sabe… Eu acho que a autora poderia ter abordado isso de uma forma mais leve e focado mais no problema de Poppy pra passar a moral da mensagem.
Também devo comentar sobre a ideia do pote que a avó de Poppy deixou à ela. A ideia é até bonitinha, MAS…. Poxa, a guria só tinha 8 anos na época, pedisse a neta que viajasse o mundo, que aproveitasse sempre a vida ou sei lá mais o que, mas um pote com mil corações de papel em branco de beijos de garoto pra preencher, minha senhora? Talvez meu coração esteja um pouco peludo e crítico ao absorver a mensagem desse livro, mas quando isso acontece eu juro que tento ao máximo compreender a ideia que a autora quer passar quando eu vejo que estou com uma outra impressão completamente diferente. Teve partes emocionantes sim – a que eu mais gostei foi quando eles estavam em Nova York, mas outras coisas me incomodaram muito, como por exemplo a forma como Rune tratava o pai, aliás, isso é uma coisa que me irritou bastante. Ele queria o que? Ele foi tão egoísta e cruel que se fosse filho meu eu teria sentado uma bofetada na orelha e posto pra fora de casa. #CalmaXuliana
Poppy é uma personagem cativante, mas já conheci outras bem melhores, suas mensagens de “aproveite a vida”, “veja o por do sol”, “admire a natureza” e tudo mais são bem bonitinhas, tem uma vibe super positiva, mas me passou a sensação de uma autoajuda barata que infelizmente não me fisgou. É Poppy quem passa a mensagem moral do livro, mas pra mim ainda faltou… Faltou aprofundamento por parte da autora em explorar mais esse aspecto e a própria personagem que no fim deixou a história rasa na maior parte do livro e piegas demais, o amor possessivo quase doentio dos dois, pra mim, acabou sobrepondo a mensagem central que a autora tentou passar e olha que eu amo um romance água com açúcar, e amo mais ainda quando tem dramas no meio, mas gente… Olha… Não foi não viu. Apesar de tudo o final foi ótimo, eu gostei bastante, olha que coisa… Mas o epílogo: Desnecessário. Vou dizer apenas isso. Se ela tivesse usado essa mesma pegada pro livro todo teria sido uma história ótima do inicio ao fim. 3/5 xícaras infelizmente porque ainda estou sendo legal:
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